BUENOS AIRES

Sempre me disseram que os argentinos não gostam de brasileiros e, deste modo, nunca tive a menor vontade de conhecer Buenos Aires. Conhecia somente a Argentina na parte da fronteira com o Brasil na Foz do Iguaçu. Apesar disso o tango sempre foi o ritmo popular que mais me encanta. Eu me lembro de ouvir o programa Salão Grená, na antiga Rádio Tamoio (olha só o meu DNA). Não sei dizer o porquê deste ano me dar vontade de estar em Buenos Aires no fim do ano. Fui para lá com um pé atrás e o outro também querendo ir pra trás. Tive uma surpresa: o povo me pareceu amar o brasileiro. Claro que a rivalidade é quanto ao futebol. Isto não me afetou, pois sou flamenguista, mas não sou fanática. Uma das coisas que mais me encantou em Buenos Aires foi o patriotismo deles. Eles têm orgulho de sua Terra. Eles também têm muitos personagens que eles amam, não só do futebol, da música (Carlos Gardel), mas também de políticos. Eles falam com satisfação de pessoas que trouxeram melhorias e desenvolvimento para o seu País. Senti inveja. Nós, brasileiros, não amamos nossa Terra e, praticamente, não temos vultos históricos que valorizemos. Temos um ou outro astro de futebol, cantor ou artista de TV, que logo esquecemos. Alegamos que a ditadura acabou com nosso patriotismo, mas eles passaram pelo mesmo problema e superara. Fui. assistir a 2 espetáculos de Tango: Carlos Gardel e Senhor Tango. Amei os dois. O jantar que serviram foi maravilhoso. O show Carlos Gardel é bem tradicional. O Senhor Tango já é mais hollywoodiano e terminou com uma linda homenagem à Argentina: do alto desceram panos listados de azul e branco e uma chuva de papel prateado picado. Foi lindo e emocionante. Nunca vi uma homenagem assim ao Brasil no final de um show. Agora o final do ano é um deserto. Todos os portenhos querem ir pra casa beber. Na rua só se vê turistas que não conseguiram entrada para passar a noite em alguma casa noturna. Que diferença de minha NY. Que decepção. O lugar que me agradou para ir não tinha mais entrada e ficamos no Hotel mesmo. Saímos para comer alguma coisa e nada estava aberto. Ainda bem que encontramos uma lanchonete e lá conseguimos comer empanada. Resultado passamos no Carreful, que era em frente ao Hotel, compramos pão, queijo, presunto e coca cola e com isso fizemos nossa Ceia de Fim de Ano. Achei um barato. Saí e tirei uma foto no obelisco para lembrar de 2011 que estava findo e saudar 2012 que surgia! Como a diferença de fuso horário era de 1 hora voltei ao hotel, mas fiquei triste por não poder participar do Culto da Igreja do Rio, pela Internet. Vi, então, ao vivo, os fogos da Praia de Copacabana. A narradora elogiou muito o espetáculo e disse que o Brasil tinha muito o que comemorar por ser a 6ª economia mundial.